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A Guiana Francesa (em francês: Guyane française, oficialmente apenas Guyane) é um departamento ultramarino e região da França, na costa do Atlântico Norte da América do Sul, nas Guianas. Faz fronteira com o Brasil a leste e sul e com o Suriname a oeste. Desde 1981, quando Belize se tornou independente do Reino Unido, a Guiana Francesa tem sido o único território continental nas Américas que ainda está sob a soberania de um país europeu. Com uma área de 83 534 km², a Guiana Francesa é a segunda maior região da França e a maior região ultraperiférica dentro da União Europeia. Tem uma densidade populacional muito baixa, com apenas 3,4 habitantes por km². Metade de seus 281 612 habitantes em 2018 viviam na área metropolitana de Caiena, sua capital. Desde dezembro de 2015, tanto a região como o departamento têm sido governados por uma assembleia única no âmbito de uma nova coletividade territorial, a Coletividade Territorial da Guiana Francesa (em francês: Collectivité Territoriale de Guyane). Essa assembleia, a Assembleia da Guiana Francesa (em francês: Assemblée de Guyane), substituiu o antigo conselho regional e o conselho departamental, ambos desmembrados. A Assembleia da Guiana Francesa é responsável pelo governo regional e departamental.
Antes do contato europeu, o território era originalmente habitado por nativos americanos, a maioria falantes do idioma arauaque, da família linguística arawakana. O povo foi identificado como Lokono. O primeiro estabelecimento francês está registrado em 1503, mas a França não estabeleceu uma presença durável até que os colonos fundaram Caiena em 1643. A Guiana foi desenvolvida como uma sociedade escravista, onde plantadores importavam africanos como trabalhadores escravizados em grandes açucareiros e outras plantações em número tal que aumentar a população. A escravidão foi abolida nas colônias na época da Revolução Francesa. A Guiana foi designada como um departamento francês em 1797. Mas depois que a França abandonou seu território na América do Norte, desenvolveu a Guiana como uma colônia penal, estabelecendo uma rede de campos e penitenciárias ao longo do litoral onde prisioneiros da França foram condenados a trabalhos forçados.
Durante a Segunda Guerra Mundial e a queda da França para a Alemanha Nazista, o franco-guianense Félix Éboué foi um dos primeiros a apoiar o general Charles de Gaulle, da França Livre, em 18 de junho de 1940. A Guiana reuniu oficialmente a França Livre em 1943, e pouco depois, abandonou seu status de colônia e tornou-se novamente um departamento francês em 1946. Depois que De Gaulle foi eleito presidente da França, ele estabeleceu o Centro Espacial da Guiana em 1965. Ele agora é operado pelo CNES, pela Arianespace e pela Agência Espacial Europeia (ESA). No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, vários milhares de refugiados da etnia Hmong, oriundos do Laos, imigraram para a Guiana Francesa, fugindo do deslocamento após o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. No final da década de 1980, mais de 10 mil refugiados surinameses, em sua maioria quilombolas, chegaram à Guiana Francesa, fugindo da Guerra Civil do Suriname. Mais recentemente, a região recebeu um grande número de migrantes econômicos brasileiros e haitianos. Mineração de ouro ilegal e ecologicamente destrutiva por garimpeiros brasileiros é uma questão crônica na remota floresta tropical interna da Guiana Francesa.
Totalmente integrada no Estado central francês, a Guiana faz parte da União Europeia, e sua moeda oficial é o euro. Uma grande parte da economia da Guiana deriva de empregos e negócios associados à presença do Centro Espacial da Guiana, hoje o principal local de lançamento da Agência Espacial Europeia, próxima à Linha do Equador. Como em outras partes da França, a língua oficial é o francês, mas cada comunidade étnica tem sua própria língua. O crioulo da Guiana Francesa, uma língua crioula com base francesa, é o idioma mais falado. Em comparação com a França metropolitana, a região enfrenta problemas como imigração ilegal significativa, infraestrutura mais pobre, custo de vida mais alto, taxas de criminalidade mais altas e agitação social mais comum.